sexta-feira, dezembro 22, 2006

Falecimento

2006, obrigada por existir, você foi lindo, lindo!
Creio que algumas garrafas de champagne se acumularão aqui - afinal, é fim de ano - até eu voltar do meu merecidíssimo descanso com as pessoas que mais amo nessa vida.
Mas não há motivo para preocupação, em meados de janeiro próximo eu vou estar aqui de volta, pra fazer uma faxina e inaugurar 2007 com algum post inútil (sério? hehehe)

Merry X-mas e lindíssimo ano novo!

beijinhos!

domingo, dezembro 10, 2006

Anormal

Gostava mesmo era daquela menina franzina, aquela da infância, da casa ao lado...
Que com apenas um abraço parecia estar protegida de todos os perigos desse mundo.

terça-feira, novembro 21, 2006

School Days

Mexo no caderno fingindo algum interesse na aula. A professora fala sobre tênias na barriga e comensalismo, coisas que não faço a menor questão de saber - e ignoro o fato de que biologia é uma das minhas piores matérias.
Olho pela janela e vejo a cidade. É grande aos meus olhos, mas pequena aos olhares do mundo. Um minúsculo caos, no meio dos bilhões.
Lembro de "Os Sonhadores" e por um momento acho que o filme está equivocado. Estou vendo a cidade de cima e, para mim, é bagunça do mesmo jeito, que parece que nunca vai acabar; talvez sossegue ao anoitecer - talvez nem isso.
Ao mesmo tempo que olho o caos, que para mim parece sem sentido, as pessoas trabalham freneticamente. Garis fazem melodias tristes com suas vassouras, padeiros suam na boca do forno e as secretárias dos homens engravatados atendem mil telefonemas - devo parabenizá-las, afinal sabem a função de cada botão (e são muitos).
Penso nisso por minúsculas frações de tempo e logo dou os ombros. Minha única preocupação agora deveriam ser as tais tênias na barriga...

quinta-feira, novembro 16, 2006

Pretérito Imperfeito

O que era perfeito demais não a agradava. Tanto que o ponteiro dos segundos dos relógios de sua casa estavam todos fora de sincronia, se os "tic-tac" fossem certinhos, para ela seriam ensurdecedores.
"A imperfeição dá um charme a qualquer coisa." - era o que ela costumava dizer.
Numa sexta-feira qualquer resolveu molhar a garganta. O lugar escolhido foi o boteco da esquina, o de sempre, onde já era conhecida.
Sentou em uma mesa de canto, no fundo do bar. Pediu uma cerveja e acendeu um cigarro.
Meia hora depois um cara se aproximou com duas canecas de chopp e perguntou se podia se juntae à ela. ("Ora, não terei nada a perder mesmo...")
De cara o pequeno a agradou. Usava um suéter cinza com uma camisa florida por baixo, calça justa e sapatos bicolores. A combinação era um desastre.
Engataram um assunto, trocaram papos e risadas¹. Tinham muito em comum. The Who, comida japonesa, a idade e o fato de estarem praticamente sozinhos no mundo.
Lá pelas tantas, depois da quinta garrafa de cerveja ele falou que precisava ir ao banheiro. Levantou-se e antes cochichou no seu ouvido:
"Não saia daqui, não! Você é perfeita." - e sorriu.
Ela esperou ele se afastar e gritou para o garçom amigo "pendurar' sua parte da conta, pegou a bolsa e, sem hesitar, foi embora.

¹ - Relespública

domingo, novembro 05, 2006

Falta pouco

E eu que pensava que tudo ia bem.
Paro, penso, e a única coisa que me vem em mente é que o verão deixou saudades...

terça-feira, outubro 31, 2006

e fora da festa...

- TÁ BOM! - desligou e jogou o celular com alguma brutalidade na bolsa. Brutalidade de mulher.
(passos)
- Por que está chorando, pequena? O que aconteceu?
- Nada.
(o soro tem gosto de lágrimas)
- Foi ele? Oras...ele é um babaca.
(sorria, meu bem)
E o outro toca.
- 'Olá querida, tô ótimo, e você babe? Pare de se preocupar à toa, só tenho olhos pra você! Okay. Milhões de beijos, pequena, aproveite o restante da viagem. tututututu'.
- Você é linda.
- ...
- Eu te amo.
- Obrigada.

sábado, outubro 28, 2006

"- OH! Vazio! Meu copo está vazio! Olá taverneira, não vês que as garrafas estão esgotadas? Não sabes, desgraçada, que os lábios da garrafa são como os da mulher: só valem beijos enquanto o fogo do vinho ou o fogo do amor os borrifa de lava?"
(Álvares de Azevedo)

sábado, setembro 30, 2006

Correu, correu, correu...estava ofegante.
Foi estúpido, tinha feito merda. Socou uma lixeira próxima, o que lhe rendeu uma bela dor na mão direita.
Sua horrível mania de reparar apenas nos defeitos. Ela era perfeita, o jeito como ela acendia o cigarro, o jeito que sorria, como cruzava as pernas. Mas é claro que só reparara nisso quando, mais uma vez, conseguiu estragar tudo.
O prédio era velho, subiu cada degrau com cautela.
8. A pequena morava ali, tocou a campainha uma, duas, três vezes.
- Sou eu, meu bem, SOU EU! - gritava através da porta.
Quatro, cinco, seis, sete vezes. Girou o corpo 180º e foi embora.
Da janela, 'covarde'. - ela pensou.

'Eu errei
Fazendo a coisa certa
E perdendo toda a essência
Acho até que não preciso de você...
quando preciso de você'
(Poléxia - Eu te amo, porra!)

terça-feira, setembro 26, 2006


E no final das contas, a Colombina tinha é que ficar com o Pierrot. Porque pra mim, o que conta é o tal do lado B da história, não é nada pessoal. Ou talvez seja.

terça-feira, setembro 12, 2006

Metáforas

Não se importe se o esmalte está descascando, se o cesto de roupa suja está lotado ou se elas estão velhas, se a televisão ainda está ligada ou se a secretária eletrônica cospe recados.
Esqueça os porta-retratos de ponta cabeça, ou troque as fotos.
Tome mil potes de sorvete de dois litros, e quando a comida congelada lhe embrulhar o estômago, não se esqueça de sair para viver.

quarta-feira, agosto 23, 2006

Sonho e um ventinho me acorda. Vento não é uma das coisas mais agradáveis que existem, mas esse me parece até quente.
Agradeço, não preciso de desejos absurdos, de fugir da realidade. Se alguma coisa melhorar, estraga.
Aprendi.


"Só acredito no semáforo
Só acredito no avião
Eu acredito no relógio
Acredito no coração"

quarta-feira, agosto 16, 2006

- Deixa esses pensamentos bobos pra mais tarde, meu bem, que a chaleira já 'tá assobiando feito louca avisando que é a hora do nosso café.

quarta-feira, agosto 09, 2006

3h45
A madrugada é fria, escura e úmida, os barulhos da noite são deveras esquisitos. Qualquer um ficaria com medo em seu lugar, mas ela não estava nem um pouco assustada.
Fuma um cigarro e estrala os dedos ao ritmo da música que treme em seus ouvidos através dos fones, caminha devagar.
Não se preocupa com o que pode lhe acontecer; ser estuprada, esfaqueada, assaltada, ver o chupa-cabra. Afinal, não tem ninguém lhe esperando em casa, não tem ninguém com quem se preocupar E que vá se preocupar com ela, quem possa fazer com que o gosto da sua vida deixe de ser amargo...
E é assim que vai ser, madrugada após a outra. E tal e coisa.

quinta-feira, agosto 03, 2006

"Para aqueles fantasmas que passaram,
Vagabundos a quem jurei amar,
Nunca os meus braços lânguidos traçaram
O voo dum gesto para os alcançar ...


Se as minhas mãos em garra se cravaram
Sobre um amor em sangue a palpitar ...
__Quantas panteras bárbaras mataram
Só pelo raro gosto de matar !


Minh’ alma é como a pedra funerária
Erguida na montanha solitária
Interrogando a vibração dos céus !


O amor dum homem ? __Terra tão pisada,
Gota de chuva ao vento baloiçada ...
Um homem ? __Quando eu sonho o amor de um Deus ! ..."

[Ambiciosa - Florbela Espanca]
Charneca em Flor (1930)

segunda-feira, julho 31, 2006

Quando começa a se sentir zonza e esquisita, toma mais uma bebida pra ver se resolve alguma coisa (pura ilusão). Seus músculos relaxam e sua língua começa a formigar.
Mexe nos discos e nada lhe agrada, se sente um lixo.
Faz planos, mesmo sabendo que nenhum vai vingar. Chora, ri...não sente dor, mas sofre (afinal...sofrimento às vezes nada tem a ver com dor).
E essa fantasia toda vai durar mais umas 3h e, na manhã seguinte, quando acordar com a maquiagem toda borrada e com a cabeça latejando, vai prometer a si mesma não ter mais nenhuma dessas noitadas solitárias (em vão).
Ela sonha...

terça-feira, julho 25, 2006

Isso nunca tinha lhe acontecido.
Ele fazia suas pernas tremerem de um jeito desigual, desatava a falar coisas que nunca teria coragem, "quase tudo quanto fosse natural".
Foi inevitável.
Suas mãos suavam. Calafrio. Um toque. Um olhar.
Ufa, foi fácil, mas passou muito rápido.
E ela queria mais.


"Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar."

sábado, julho 22, 2006

Nunca teve medo da morte, de trovão, do diabo - com um quê de dúvida -, de insetos, de alienígenas, de filme de terror...nem da mais horrenda professora de física (que parecia ter saído de um). Mas aqueles estralos na sua janela à noite...ah, aqueles estralos lhe metiam um medo danado.

quinta-feira, julho 20, 2006

Decidiu que dessa vez ia ser diferente.
Viajou, tomou muito café, comeu muito pão de queijo, leu um livro inteiro e viu muito telejornal.
Ele era só uma lembrança no fundo da cabeça.
Chegou em casa, desfez as malas, jantou, dançou sozinha ao som de Bowie, ficou cansada, foi deitar.
Ao olhar o lado esquerdo da cama vazio, chorou.

domingo, julho 16, 2006

No som da vitrola vindo de dentro da sala: Nat King Cole - Unforgettable.
Além de uma dança, aquela cena toda era uma esperança de que quando a música acabasse e a agulha se separasse do vinil as coisas iriam se resolver como num passe de mágica.
- Fácil assim. - ela pensou.
No fundo sabia que aquilo tudo de fácil não tinha nada e sentiu uma queimadinha de ironia na sua língua.
Mas e daí? A luz do luar refletindo na varanda estava agradável e o vinho do jantar tinha lhe dado um fogo imenso.
"A única coisa que podia fazer era fechar os olhos e desejar que a música não acabasse nunca.¹"

E Cole soprando na noite...


¹ - Anos Incríveis

quinta-feira, julho 13, 2006

Curiosidade mata, mas antes machuca.
Viu, Mariana, isso que dá enfiar esse narizinho um tanto quanto grande aonde não é chamada!
A gente aprende com os erros ou continua a repetí-los porque acha que um dia eles serão acertos?

Eu não sei de mais nada!
Estou reclusa no meu mundinho insano. Tá bom demais!

terça-feira, julho 11, 2006

Férias de julho.
As desse ano não têm sido diferentes das dos outros anos.
é aquela velha história, acordar 10 horas, tomar um banho, tomar meus remédios, vir aqui encher meu intelecto com mais porcaria (leia-se dar uma olhada aí, pela internet), almoçar, assistir tv e ficar criando mofo em casa. e lhes digo: isso não me incomoda.
quando se cria uma rotina, você se acostuma, e parece um velho reclamão se ela começar a mudar...não que mudar de vez em quando seja ruim, não é isso, mas você...se acostuma. é simples.
mas como pra toda regra há uma exceção, hoje é dia de rever alguns amigos e dar uma renovada no teor de alcool do meu sangue, chorar as pitangas no ombro de alguém.
e quando bater a saudade do meu sofá e da minha televisão, voltar pra casa.
pena que eu não tenho um gato pra esquentar meus pés.
eu durmo de meias.
(é a velhice)


- Mordida . Sinais de Fumaça
'Têm aqueles que uivam olhando o céu
E tem quem uiva olhando retratos seus
Fizeram muitas mil perguntas sobre você
De um amigo de uma amiga de um conhecido seu
Você deixou saudade'

sábado, julho 08, 2006

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver
buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente
... se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

e o chão sumiu debaixo dos meus pés, e foi em uma fração de segundo.
e eu me pergunto: vale a pena tudo isso?
com a mesma fração de segundo do sumiço do meu chão, me respondo:
- não, não vale.

quinta-feira, julho 06, 2006

- Não esqueça da sua cestinha,
hoje nós vamos colher estrelas.

domingo, julho 02, 2006

Nostalgia de como tudo era no início, de como foi bom sentir borboletas no estômago no dia em que começou.
Agora a meu passatempo é ouvir Arcade Fire na falsa esperança de que você vá me ligar e dizer que tudo vai ficar bem.
(não vai)

Algo encheu meu coração com nada
Alguém me avisou pra não chorar.
Mas agora que estou mais velho,
Meu coração esta mais frio,
E eu vejo que isso é uma mentira...

- Arcade Fire . Wake Up

domingo, junho 18, 2006

Ele fuma um cigarro entre uma xícara e outra de café. Tosse e pensa que deve parar - mas essa coisinha lhe dá um prazer inagualável.
Faz apenas duas semanas que ela se foi. Ele poderia jurar que são mais do que quinze dias - mas o calendário não mente; o lugar sem ela é torturante.
Sua barba está crescida, a louça sem lavar e o pó de café está quase acabando.
Ele tenta tirá-la dos pensamentos, mas é praticamente impossível.
"Será que ela 'tá bem, será que foi trabalhar hoje?"
O que mais lhe doía era saber que, se ela quisesse, acharia outro cara fácil. Sabia que ela iria "acabar dando pra outros caras. Isso é normal, mas ela se lembraria dele¹". Isso bastaria...
¹Faichecleres - Isso não é tão mal assim.




- Mordida. Sofá Psicobélico

sexta-feira, junho 16, 2006

A nossa felicidade é feita de pequenas coisas.
Um simples sorriso pode te fazer ganhar o dia.
Eu ganho o meu só de ouvir a tua voz.

"eu sei é um doce te amar
o amargo é querer-te pra mim
do que eu preciso é lembrar, me ver
antes de te ter e de ser teu
o que eu queria o que eu fazia o que mais?"
(Los Hermanos - Condicional)

quinta-feira, junho 15, 2006

instabilidade

Quem me conhece sabe que eu não gosto de cultivar coisas velhas.
Fazia um tempinho que esse blog já 'tava parado, as teias estavam se criando, umas mariposas já saíam do casulo e as garrafas de vinho vazias precisavam ser jogadas fora.
apesar de eu ter começado esse blog (mais um) há uns seis meses, eu já precisava renovar ele.
Eu não gosto de deixar coisas que não têm mais nada a ver comigo ali, me encarando.
Também quis deixar um layout padrão do Blogger, porque eu sou assim, simprinha mas eficiente.

e deixa ser como será!

- Kings of Leon . Molly's Chambers