segunda-feira, julho 31, 2006

Quando começa a se sentir zonza e esquisita, toma mais uma bebida pra ver se resolve alguma coisa (pura ilusão). Seus músculos relaxam e sua língua começa a formigar.
Mexe nos discos e nada lhe agrada, se sente um lixo.
Faz planos, mesmo sabendo que nenhum vai vingar. Chora, ri...não sente dor, mas sofre (afinal...sofrimento às vezes nada tem a ver com dor).
E essa fantasia toda vai durar mais umas 3h e, na manhã seguinte, quando acordar com a maquiagem toda borrada e com a cabeça latejando, vai prometer a si mesma não ter mais nenhuma dessas noitadas solitárias (em vão).
Ela sonha...

terça-feira, julho 25, 2006

Isso nunca tinha lhe acontecido.
Ele fazia suas pernas tremerem de um jeito desigual, desatava a falar coisas que nunca teria coragem, "quase tudo quanto fosse natural".
Foi inevitável.
Suas mãos suavam. Calafrio. Um toque. Um olhar.
Ufa, foi fácil, mas passou muito rápido.
E ela queria mais.


"Põe mais um na mesa de jantar
por que hoje eu vou pra aí te ver
e tira o som dessa TV
pra gente conversar."

sábado, julho 22, 2006

Nunca teve medo da morte, de trovão, do diabo - com um quê de dúvida -, de insetos, de alienígenas, de filme de terror...nem da mais horrenda professora de física (que parecia ter saído de um). Mas aqueles estralos na sua janela à noite...ah, aqueles estralos lhe metiam um medo danado.

quinta-feira, julho 20, 2006

Decidiu que dessa vez ia ser diferente.
Viajou, tomou muito café, comeu muito pão de queijo, leu um livro inteiro e viu muito telejornal.
Ele era só uma lembrança no fundo da cabeça.
Chegou em casa, desfez as malas, jantou, dançou sozinha ao som de Bowie, ficou cansada, foi deitar.
Ao olhar o lado esquerdo da cama vazio, chorou.

domingo, julho 16, 2006

No som da vitrola vindo de dentro da sala: Nat King Cole - Unforgettable.
Além de uma dança, aquela cena toda era uma esperança de que quando a música acabasse e a agulha se separasse do vinil as coisas iriam se resolver como num passe de mágica.
- Fácil assim. - ela pensou.
No fundo sabia que aquilo tudo de fácil não tinha nada e sentiu uma queimadinha de ironia na sua língua.
Mas e daí? A luz do luar refletindo na varanda estava agradável e o vinho do jantar tinha lhe dado um fogo imenso.
"A única coisa que podia fazer era fechar os olhos e desejar que a música não acabasse nunca.¹"

E Cole soprando na noite...


¹ - Anos Incríveis

quinta-feira, julho 13, 2006

Curiosidade mata, mas antes machuca.
Viu, Mariana, isso que dá enfiar esse narizinho um tanto quanto grande aonde não é chamada!
A gente aprende com os erros ou continua a repetí-los porque acha que um dia eles serão acertos?

Eu não sei de mais nada!
Estou reclusa no meu mundinho insano. Tá bom demais!

terça-feira, julho 11, 2006

Férias de julho.
As desse ano não têm sido diferentes das dos outros anos.
é aquela velha história, acordar 10 horas, tomar um banho, tomar meus remédios, vir aqui encher meu intelecto com mais porcaria (leia-se dar uma olhada aí, pela internet), almoçar, assistir tv e ficar criando mofo em casa. e lhes digo: isso não me incomoda.
quando se cria uma rotina, você se acostuma, e parece um velho reclamão se ela começar a mudar...não que mudar de vez em quando seja ruim, não é isso, mas você...se acostuma. é simples.
mas como pra toda regra há uma exceção, hoje é dia de rever alguns amigos e dar uma renovada no teor de alcool do meu sangue, chorar as pitangas no ombro de alguém.
e quando bater a saudade do meu sofá e da minha televisão, voltar pra casa.
pena que eu não tenho um gato pra esquentar meus pés.
eu durmo de meias.
(é a velhice)


- Mordida . Sinais de Fumaça
'Têm aqueles que uivam olhando o céu
E tem quem uiva olhando retratos seus
Fizeram muitas mil perguntas sobre você
De um amigo de uma amiga de um conhecido seu
Você deixou saudade'

sábado, julho 08, 2006

"Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver
buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente
... se ela te fosse direta, você a rejeitaria."

e o chão sumiu debaixo dos meus pés, e foi em uma fração de segundo.
e eu me pergunto: vale a pena tudo isso?
com a mesma fração de segundo do sumiço do meu chão, me respondo:
- não, não vale.

quinta-feira, julho 06, 2006

- Não esqueça da sua cestinha,
hoje nós vamos colher estrelas.

domingo, julho 02, 2006

Nostalgia de como tudo era no início, de como foi bom sentir borboletas no estômago no dia em que começou.
Agora a meu passatempo é ouvir Arcade Fire na falsa esperança de que você vá me ligar e dizer que tudo vai ficar bem.
(não vai)

Algo encheu meu coração com nada
Alguém me avisou pra não chorar.
Mas agora que estou mais velho,
Meu coração esta mais frio,
E eu vejo que isso é uma mentira...

- Arcade Fire . Wake Up