sexta-feira, maio 30, 2008

Enjôo

- Que ódio, mãe! A Paulinha passou no vestibular, e eu não.
- Oh, amorzinho, não fique triste. Tenho certeza que ela se veste mal.


Como algumas pessoas podem ser tão fúteis, e o pior, incentivadas pelos próprios pais?
Não sei se fico triste ou revoltada.

Se nossas próprias vidas não tivessem cortes e edição, o diálogo teria que ser mais ou menos assim:

- Que ódio, mãe! A Paulinha passou no vestibular, e eu não. Tá certo que ela estudava 5 horas por dia, e abria mão das festas. Enquanto eu já tô repetindo o cursinho e mato aula pra ir ao shopping, além de não perder um pagodinho no final de semana!
- Oh, amorzinho, não fique triste. Tenho certeza que ela se veste mal. E no fundo, você sabe que mamãe prefere que você sempre esteja com roupinha de marca e namore um cara rico, ao invés de entrar em uma boa faculdade de engenharia, né?

quarta-feira, maio 28, 2008

Meu amor,

quero ir embora pro litoral catarinense, contigo. Só usar vestidinhos de algodão e te ver sem camisa em todos os dias da primavera e do verão. Quero aprender a tocar flauta transversal, te ensinar a tocar violão. Também a companhia de um beagle, de amigos verdadeiros, e mais tarde, de três crianças. Me manchar com suco de limão, por conta das caipirinhas, furar meu disco do Vinícius de Moraes, fazer luais, dançar nas ondas. Mas o que mais me interessa nisso tudo, é que eu poderia deitar minha cabeça em teu ombro por todas as noites que ainda me restam, com a brisa do mar nos abençoando.

terça-feira, maio 27, 2008

Um show de odor

Moro bem no centro de Curitiba. Entre a Praça Ozório e a Praça Rui Barbosa, pra ser mais exata.
Eu só saio de casa pra ir ao cursinho ou ao mercado. Só ando aqui por perto (Visconde de Nacar, Voluntários da Pátria, Comendador Araújo, Emiliano Perneta, etc), e vou dizer, a orgia de cheiros no centro é uma coisa sem igual.
Cheiro de suor, fritura, esgoto, perfume chique, perfume vagabundo, cigarro, lixo...Será que é tão ruim assim ou meu nariz é que é muito grande?
É o cheiro da metrópole...

quarta-feira, maio 21, 2008

Take a sad song and make it better

São 23h13 e eu deveria estar dormindo. Amanhã eu tenho aula à tarde, e é feriado. Sexta eu também tenho aula, e seria recesso. O time inglês pro qual torço ganhou o campeonato europeu, hoje. O Fluminense tá jogando com o São Paulo agora, eu ouço, e quero que o São Paulo perca. Eu gosto de futebol. Amanhã eu preciso levantar às 7h30, pra estudar. Ainda é maio, e o cursinho já tá me cansando. Às vezes eu tenho vontade de largar tudo e voltar pra asa da minha mãe, para meu pai latino-nipônico, para as bochechas da minha irmã, para a cama do meu namorado. Mas infelizmente, esse ano, Maquiavel, Mendel, Madame Curie, Constantino, bacias hidrográficas, matrizes inversas e propanoato de metila vêm antes deles.

Dizem que cabeça vazia é brinquedo do diabo. O problema é quando a cabeça está cheia!

domingo, maio 18, 2008

Ultimamente tenho dispensado o cafézinho, bebendo litros de chá de camomila.

quinta-feira, maio 15, 2008

Extensão

Já quis ser escritora, bailarina, desenhista. Quis jogar basquete, futebol, ser estilista, música ou musical. Quis ser atriz, de televisão e de teatro, jornalista, diretora. Queria ser a mais bonita, a mais inteligente, a mais bem vestida. Já quis ser tudo. E hoje? Hoje não sou ninguém.

sábado, maio 10, 2008

Cinza

Quando comento com alguém que as pessoas de Curitiba são muito fechadas, sempre respondem "Ah, é que curitibano é frio como a cidade." Ridículo. Guarapuava é infinitamente mais gelada e lá você engata conversas em portas de banheiro, em festas.
Se as pessoas daqui, da cidade do Vampiro, pendurassem um termômetro no pescoço, todos marcariam 0°C.

terça-feira, maio 06, 2008

Falta de ar

Já afogada em angústias, nadou, nadou e morreu na praia.

sábado, maio 03, 2008

Convívio

Uma das coisas mais "importantes" que aprendi sobre meu irmão, nesses dois meses que moro apenas com ele, é: de nada adianta fechar a porta (praticamente todas as portas do nosso apartamento não têm chave), ele entra sem bater, do mesmo jeito. Não importa se é do banheiro, do quarto, da cozinha. Se eu estou sozinha ou com meu namorado. Ele entra. Sempre.
Meu irmão tem vários defeitos, mas aprendi a lidar com todos. Assim como eu devo ter vários que o incomodam. Às vezes a gente perde a cabeça um com o outro. Normal.
Acontece que ele é meu irmão, eu convivo com ele faz 15 anos. Não é tão difícil, só às vezes, no mais, é bem suportável (hêhê).
O fato de ele também ter ido embora pra Curitiba foi uma das coisas mais "felizes" da minha mudança. Primeiro por ele ser da minha família, então teria uma gotinha de sangue meu lá, me apoiando, enchendo o saco. Segundo porque eu não teria que morar em pensionato.
Mais uma vez, me chame do que quiser, mas a idéia de dividir quarto/banheiro/televisão com alguém que não é da minha família me assusta.
Eu não gosto de conviver com os outros por obrigação. Família é obrigação, em partes, mas é SUA, e eu não tenho do que reclamar da minha. Com meu irmão eu tenho intimidade o suficiente pra reclamar por ter deixado a cozinha suja, ou a toalha molhada no sofá, ou até de dar uns 'pés do ouvido' quando estiver enjoada da cara dele. Com desconhecidos, não.
Mas acho que o pior de tudo é ter que morar com amiga. Não adianta. Sempre rola uma competiçãozinha entre mulheres, a chance de ela nunca te fazer algo indesejável é mínima, menor ainda é a chance de você não enjoar da cara dela de vez em quando.
Eu já reclamei aqui do fato de amigos praticamente não existirem, etc e tal. O que acontece, de verdade, é que não sou sociável por opção. E é claro que eu sofro com isso! Ou você acha que quando tenho vontade de sair, olho minha agenda e encontro apenas umas três pessoas que eu não ficaria irritada por passar mais de duas horas, fico feliz?
Por isso que prefiro retardar ao máximo convivência indesejáveis. É claro que um dia (logo) vou entrar (finalmente) na faculdade, trabalhar, daí conhecer pessoas irritantes...Mas até lá, prefiro ficar com meus três contatos.

Doce

Domingo passado queimei meu nariz, ficou cheirando a amendoim torrado.
Quando eu fico feliz, sinto cheiro de sonho de creme na rua.
Isso não é loucura?

sexta-feira, maio 02, 2008

(Banco Imobiliário no Charlie Brown)
Schroeder: Você me deve 1.275 dólares, por favor.
Lucy: Schroeder, Schroeder, que tal um beep no nariz?
Schroeder: Um o quê?
Lucy: Um beep no nariz é sinal de grande afeto.

Adoro o fato de meu namorado gostar da turma do Minduim.
E de me fazer uma das gurias (não digo 'a mais' porque seria muita pretensão) mais felizes do mundo.
Mil beeps no seu nariz, Thomas.