quinta-feira, março 25, 2010

top 3 de histórias de amor que deveriam ser bonitinhas, mas não são

Gosto muito de fazer listinhas, mas geralmente elas só ficam na minha cabeça, porque tenho preguiça de lembrar de tudo o que eu pensei e digitar.
A idéia dessa listinha surgiu agora pouco, enquanto eu tomava banho (ui!). Tava lembrando que o amigo da minha amiga disse ontem, no aeroporto, enquanto a gente voltava do show do Franz Ferdinand (*corações*), que falaram pra ele que a Kristen Stewart estava encantadora em “Adventureland”. Pensei “ENCANTADORA?”, e a idéia dessa listinha nasceu.
Ah! Se você ainda não viu algum dos filmes citados e tem interesse em ver, não leia a lista; spoilers all the time.

(três é um bom número)

James e Em (Adventureland)
(pra começar...)

Verão de 1987
James é um carinha muito bacana que acabou de se formar na faculdade e está de folga até começar sua especialização em jornalismo, na Universidade de Columbia (uau!).
Nosso herói juntou uma grana legal e está indo passar as férias na Europa com um amigo maconheiro. PORÉM, seus pais lhe avisam que a grana está curta e que, além de James precisar usar o dinheiro da viagem pra pagar uma parte da sua faculdade/apartamento em NY, ele precisará passar as férias trabalhando.
Em Pittsburgh, sua cidade natal, James consegue um emprego na parte de jogos de um parque mei’ decadente chamado “Adventureland”, graças ao seu amigo de infância bobão.
No parque, James conhece a “encantadora” Em, uma roqueirinha que tem um leve ar esnobe que também trabalha nos “Games”. É claro que nosso herói virgem se apaixona. E é claro que Em é uma vagabunda.
Além de eu não ter sentido reciprocidade alguma de Em quanto aos sentimentos de James (nas cenas em que eles se beijam sinto uma pena profunda do nosso protagonista), a vadiazinha ainda tem um caso com Connell, o técnico gatão e CASADO do parque.
E tudo o que vocês imaginam acontece: James descobre de Em e Connell, vira um pouco mais rebelde, tenta esquecer a vagabunda destruidora de corações (com Lisa P., a outra vagabunda do parque, mas católica e virgem), etc. E é claro que no final eles ficam juntos e ele perde a virgindade com ela.
Lindo, não?
NÃO.
Vocês acham que vira e mexe não vai vir à cabeça de James que ele está com uma ex-vadia? VAI. E o orgulho vai ser mais forte que o amor.
FIM.

Paulie e Juno (Juno)

Essa história todo mundo conhece: a menininha independente de 16 anos (também metida a roqueirinha) resolve dar pro melhor amigo (um corredor bundão) e acaba engravidando. Decide dar o bebê pra adoção e assim caminha a humanidade.
Juno sabe que o melhor amigo é um bundão (encantador, mas bundão) e passa boa parte do filme tentando fugir do que sente por ele. Não dá certo.
Mas, pessoal, quando eu digo “bundão”, é pra pensar em “bundão” com letras garrafais. BUNDÃO.
Paulie Bleeker não demonstra interesse algum pela gravidez da amiga durante o filme – e não acho que ele deveria fazer isso “apenas” porque é o pai da criança, mas porque a menina é melhor amiga dele; ele também não defende Juno nenhuma vez em que a mãe dele dá a entender que não gosta da menina e ainda por cima convida a guria que cheira a sopa pro baile.
Mas, É CLARO, no final das contas eles acabam juntos, fofos e felizes, cantando uma musiquinha igualmente fofa e feliz.
FAIL.
Por mais Holden Caulfield que Juno seja, uma hora, invariavelmente, ela vai lembrar que Paulie não deu a mínima pra ela quando ela estava grávida (mesmo que o bebê fosse pra adoção), que ele saiu com a guria da cara torta e que ele é um bundão (óbvio). Nenhuma mulher gosta de estar com um cara 100% manipulável – e Paulie Bleeker é assim.
É claro que esse menino realmente é uma gracinha, mas...né?

Rob e Laura (High Fidelity)
(falando em listas…)

Rob é um trintão dono de uma loja de discos semi-falida. Laura é uma advogada, igualmente trintona, loira e de franjinha (franjinha deveria ser algo proibido pra mulheres acima de trinta anos). Rob curte boa música e fazer listas “top 5”; não sei o que Laura curte, mas sei que ela deu um belo pé na bunda do nosso herói.
Rob passa o filme lembrando das mulheres que mais o fizeram sofrer na vida e tentando voltar pra Laura. Laura está namorando Ian, o ex-vizinho nojento dos dois.
Laura dá moral pra Rob durante o filme todo, e depois dá outra coisa também (enquanto ainda namora Ian).
E no final? Tchã-nã-nã-nã...ELES VOLTAM, claro!
Se eles tivessem apenas voltado eu já acharia essa uma história de amor muito triste (voltar um namoro é quase tão triste quanto terminar), mas acontece que, durante o filme, ficamos sabendo que Rob já traiu Laura e que ela já abortou um filho dele (não lembro a ordem dos fatos).
MINHA GENTE, haja munição pro orgulho poder prevalecer o amor nessa história. Traição, aborto, namoro com o ex-vizinho que era alvo de piadas dos dois...
Ai, é muito pra minha cabeça (e pro meu coraçaozinho).

sexta-feira, março 05, 2010

não tão nova


mas linda
(sparklehorse + danger mouse + david lynch)

segunda-feira, março 01, 2010

a propaganda é a alma do negócio

Papai era um cara bem legal (pena que não pode ver mulher – brincadeira).
Até meus onze anos papai seguia um ritual religioso: locadora de filmes todo sábado. TODOS. E papai me levava, e eu gostava. Quando eu era criança papai me dava livros do Fernando Sabino e me contava sobre Hitchcock. Papai lia muita coisa fora da cultura jurídica. Papai jogava “007 Contra Goldeneye” no Nintendo 64 como ninguém.
Um dia papai mudou.
Não tenho certeza se foi o trabalho que consumiu papai e o deixou cada vez mais ocupado (e cansado), mas ele deixou de ir à locadora (para poder ir ao escritório aos sábados), ler livros de fora da cultura jurídica (para poder trabalhar), jogar vídeo-game. Agora papai dorme se tiramos um tempo pra assistir a um Hitchcock.
*
Li muito sobre “Mad Men” desde que a série estreou, em 2007. Um drama da HBO (existe seriado ruim da HBO?), do mesmo criador e escritor dos Sopranos, que tem como foco central uma agência de publicidade de Nova York no começo dos anos 60.
Amigos indicavam, revistas davam cinco estrelinhas e o seriado era premiado.
E eu sempre deixava de lado.
“Preciso ver”, e nunca via.
*
Dia desses papai chegou e me disse que tinha assistido à “Mad Men” algumas vezes. E achado bom. Muito bom.
No mesmo dia baixei o piloto da série. E gostei. Gostei muito.
*
Se um advogado que trabalha 12 horas por dia e abre mão de dormir um pouquinho quando pode para assistir a um seriado significa que o seriado vale a pena ser visto.
Papai é melhor publicitário que o Don Draper.

Papai chuta sua bunda