sábado, junho 12, 2010

Nouvelle Merde

Olha, eu sou uma pessoa um pouco preconceituosa pra coisas de vanguarda. Ok, o movimento modernista foi jóia e a nouvelle vague foi bacanona, mas isso é o máximo que eu posso suportar; coisas-arte são um saco (desculpa, Philippe Garrel, mas “Amantes Constantes” é uma bosta).
Estou falando isso porque essa semana eu lembrei de um teatro que eu e o Maurício fomos ver em novembro do ano passado, quando a gente nem namorava ainda. A peça se chamava “Chiclete & Som” e tratava das obras do Caio Fernando Abreu de uma forma geral. “Ôpa, vâmo lá!”.  A apresentação era no Teatro Universitário de Curitiba (TUC) e o meu medo já começou aí. Por que se falam de algo “universitário” eu já imagino um monte de estudantes de ciências sociais com rasteirinhas de couro (falso, porque são todos vegans) e dreads no cabelo? Enfim, fomos lá ver qualéqueera.
Não vou ficar explicando aqui o que acontecia na peça toda, como era o elenco, etc & tal, apenas posso resumir que essa masterpiece envolvia mulheres ficando peladas, sangue falso, penas e farinha.
Ao lembrar dessa maravilha, fui procurar algo no Google sobre esse teatro e achei bons comentários; um cara chegou a dizer que “o Caio Fernando Abreu deve ter tido uma ereção no túmulo” (o que me fez imaginar a cena e não foi nada engraçado). Ah, claro, só se a ereção foi por conta de umazinha que ele bateu de tão entediado que ficou com a apresentação.
A questão aqui não é se a peça era realmente ruim ou confusa ou ruim & confusa, é entrar na minha cabeça que algumas pessoas realmente gostam desse tipo de coisa. Eu sei que eu sou meio babaca e faço parte do time “só é legal quem gosta das mesmas coisas que eu”, mas esse tipo de coisa é chata, feia e cheia de metáforas estranhas – que ao contrário de metáforas normais não possuem nenhum significado por trás. Ok que nem tudo num filme/livro/peça-arte seja ruim, às vezes a trilha sonora é boa ou a fotografia é bonita, mas o conjunto é nojento.
Eu poderia ficar mil anos explicando aqui o porquê de eu não gostar desse tipo de coisa vanguardista e (tentar) convencê-los do mesmo, mas opto por soltar pra vocês a frase que o Maurício usa pra se referir a manifestações e que achei que cabe direitinho no assunto que tratei aqui: se precisa tirar a roupa pra chamar atenção, não é algo que deve ser levado a sério.

5 comentários:

Maurício disse...

nossa! essa peça foi um pesadelo lynchiano...caio fernando abreu nem teve SACO pra se masturbar vendo muié. até teatro de improviso é menos chato (um pouco menos)

Ana. disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Ana. disse...

pobre caio fernando abreu ;(
estão cagando em seus livros e ele nem sabe (ou sabe, de acordo com o campeão que fez o comentário "inteligente")
sorte que existem pessoas como você! afinal, não é todo mundo que se arrisca a criticar uma peça de teatro, né? a moda é ser cult forever (mesmo sem entender o que 'tá rolando)

beijinhos, bonita!

Guga Pitanga disse...

É como li hoje... filmes, peças livros etc. difíceis ou estranhos não significam serem bons. Grandes personagens que compõem boas histórias.

Claudio Temochko disse...

"apenas posso resumir que essa masterpiece envolvia mulheres ficando peladas, sangue falso, penas e farinha"

O que conta é que você sobreviveu ao tédio, imagino-me nessa situação como aqueles velhos americanos republicanos com cara de desaprovação.

E sei lá, há quem curta (bastante gente) até o Andy Warhol, e aquelas porcarias experimentais, enfim...