terça-feira, março 20, 2007

the years burn



Todo mundo tem uma foto dessas né? Bem...eu, obviamente, tenho.
Não lembrava da existência dela, mas fiquei feliz quando a encontrei. Espremi um suco do meu cérebro e recordei o dia em que ela foi tirada. Foi há pouco mais de dois anos. Subi sete andares até a casa da minha vizinha e todas as gurias estavam lá. Rimos até a barriga doer, deixamos nossos aparelhos grudentos de tanto comer brigadeiro e trocamos segredinhos infantis, como toda menina faz.
Na mesma pasta em que achei essa foto, existiam outras milhares com a Vanessa. A Vanessa é aquela amiga que foi tipo peça-chave na sua vida. Com quem você tomou os primeiros porres, teve as primeiras rebeldias da adolescência e dividiu as mágoas quando seu primeiro namoradinho te deu aquele ridículo pé-na-bunda.
Domingo à noite, fiquei conversando com o Marcio, um outro amigo meu, e lembrando da boa parte do último ano em que, juntamente com outros amigos, as tardes eram longas, passadas embaixo de alguma árvore ou em uma calçada qualquer, onde não existiam preocupações e tudo era motivo de riso. Ele me disse que está com certo receio dos próximos anos, pois boa parte da piazada já entrou na faculdade, daqui algum tempo se formam, arrumam empregos, vão embora. As preocupações chegarão longe de não existirem.
Disse para ele não esquentar a cabeça, pois amizades como a dele com os piás não acabam fácil.
Fui dormir pensando nisso, e conclui que, por mais verdadeiras que sejam as amizades, chega uma hora em que cada um segue seu caminho (clichê esse termo, hein?). É a tal da coisa inevitável, assim como precisar de óculos ao longo dos anos, ter vontade de fazer xixi depois que bebe muita cerveja, ficar banguela e ter cabelos brancos na velhice...
Independente, vai chegar uma hora em que as amigas do brigadeiro, a amiga "rebelde sem causa" ou os amigos da rua vão começar a correr atrás dos seus sonhos, seus objetivos. Alguns já foram, e estão quase lá. Outros ainda nem começaram, mas um dia vão, com certeza.
E eu é que não vou ficar parada, né?
Infelizmente, temos que abrir mão de coisas ótimas para chegarmos aonde queremos. Mudanças, não são (com certeza!) coisas boas, mas necessárias.
Vale a pena tudo isso? Eu mal comecei a descobrir...

4 comentários:

poeta quebrado disse...

poxa, adorei.
me emocionou.
senti a mesma coisa
alguns anos atrás, os mesmos pensamentos
e ainda sinto, mas agora sinto ainda a mesma nostalgia em relação a esses momentos. ah, é complicado.
enfim...
bom mesmo era aquele tempo.
sabe como?

dois beijos.

Anônimo disse...

Yeah I’m waitin’ for you, it’s been so long
Yeah I’m waitin’ for you, it’s been so long
Yeah I’m sad when I’m on my own
They said it takes a long long time
If it’s not too much
Could you hear me now

Anônimo disse...

Sim todo mundo tem uma foto dessa onde estão os amigos procurando uma moeda no chão x)

É chega uma hora que temos que escolher qual trem pegar e qual destino seguir, as amizades mais próximas permanecem, mesmo que a distancia em km seja maior do que se podia imaginar, essas lembranças acabam sendo um elo com que sabemos que é bom, ter amigos e deixar a vida por conta do vento... Tem horas que são essas lembranças que nos ajudam a seguir em frente... Passo a passo rumo a linha do horizonte... Se vale a pena... Só lá na frente vamos saber...

Amei o post.

:****

Tatiana disse...

Post bonito [achei cafona depois que escrevi isso, "bonito", mas foi o termo que me veio à cabeça mesmo], me fez pensar na minha já longínqua adolescência e na frase que um amigo disse no último sábado: "amizade tem prazo de validade".
Eu diria que é verdade, mas que algumas delas têm é prazo de validade indeterminado... e olha que já tive tempo de passar por algumas mudanças. O final da faculdade será a próxima delas - vamos ver quem vai ficar e quem vai p/ não voltar mais. Coisas da vida [clichês são válidos, hahaha].

Biso!