sábado, maio 03, 2008

Convívio

Uma das coisas mais "importantes" que aprendi sobre meu irmão, nesses dois meses que moro apenas com ele, é: de nada adianta fechar a porta (praticamente todas as portas do nosso apartamento não têm chave), ele entra sem bater, do mesmo jeito. Não importa se é do banheiro, do quarto, da cozinha. Se eu estou sozinha ou com meu namorado. Ele entra. Sempre.
Meu irmão tem vários defeitos, mas aprendi a lidar com todos. Assim como eu devo ter vários que o incomodam. Às vezes a gente perde a cabeça um com o outro. Normal.
Acontece que ele é meu irmão, eu convivo com ele faz 15 anos. Não é tão difícil, só às vezes, no mais, é bem suportável (hêhê).
O fato de ele também ter ido embora pra Curitiba foi uma das coisas mais "felizes" da minha mudança. Primeiro por ele ser da minha família, então teria uma gotinha de sangue meu lá, me apoiando, enchendo o saco. Segundo porque eu não teria que morar em pensionato.
Mais uma vez, me chame do que quiser, mas a idéia de dividir quarto/banheiro/televisão com alguém que não é da minha família me assusta.
Eu não gosto de conviver com os outros por obrigação. Família é obrigação, em partes, mas é SUA, e eu não tenho do que reclamar da minha. Com meu irmão eu tenho intimidade o suficiente pra reclamar por ter deixado a cozinha suja, ou a toalha molhada no sofá, ou até de dar uns 'pés do ouvido' quando estiver enjoada da cara dele. Com desconhecidos, não.
Mas acho que o pior de tudo é ter que morar com amiga. Não adianta. Sempre rola uma competiçãozinha entre mulheres, a chance de ela nunca te fazer algo indesejável é mínima, menor ainda é a chance de você não enjoar da cara dela de vez em quando.
Eu já reclamei aqui do fato de amigos praticamente não existirem, etc e tal. O que acontece, de verdade, é que não sou sociável por opção. E é claro que eu sofro com isso! Ou você acha que quando tenho vontade de sair, olho minha agenda e encontro apenas umas três pessoas que eu não ficaria irritada por passar mais de duas horas, fico feliz?
Por isso que prefiro retardar ao máximo convivência indesejáveis. É claro que um dia (logo) vou entrar (finalmente) na faculdade, trabalhar, daí conhecer pessoas irritantes...Mas até lá, prefiro ficar com meus três contatos.

3 comentários:

T disse...

auhuaiha hoje voce ta revolta ein!

lukels disse...

Eu também aprendi muito com a convivência com minha irmã, Ma. Moramos juntos faz quase seis meses, e neste tempo aprendemos muito estarmos ali um pro outro, mesmo com tão pouco em comum. Minha irmã ama sertanejo (QUE?); eu, rock e suas vertentes alternativas. Ela gosta de x, y, z, tudo correto e em ordem. Eu gosto lá de a, j, l, um aqui, outro ali e desordem total. Tá, não uma desordem necessariamente dita, mas uma ordem não comum a maior parte das pessoas. E quanto à sua agenda, anime-se: mesmo tão longe passo pela mesma situação. E nem faço questão de aumentar este número não, visto que, pelo mesmo motivo que você, não tenho essa carência social por opção própria.

Beijos Ma, sempre bom te ler.

:*

Tatiana disse...

E você poderá continuar a mesma, se assim desejar.
Eu 'tou na pós, trabalho há quase cinco anos e confesso que, bem, minha tolerância 'tá cada vez menor - e a lista de contatos igualmente reduzida.
No final das contas, acho que a convivência com familiares mostra coisas que suportamos porque os amamos, mas não aceitaríamos de outras pessoas; daí a vontade de poucos amigos.
Sabe como é, Ma, a maioria das pessoas passa pelas nossas vidas. Parecem importantes em certo momento, mas depois já não fazem parte de mais nada. Natural, acho eu.

Anyway, pombas, ainda não a vi na capital social! Juro que a convivência comigo e com meus amigos é suportável por mais de duas horas. :D
E esse texto gigante e inútil acaba aqui.

Muah!