"I live in a town Where you can't smell a thing You watch your feet For cracks in the pavement (...) I wish that they'd swoop down in a country lane Late at night when I'm driving Take me on board their beautiful ship Show me the world as I'd love to see it"
Eu tinha uns 12 anos quando esse vídeo “bombava” (hahaha sorry, não encontrei outro termo) no Disk MTV.
Eu adorava o clipe e a música, apesar de não entender direito algumas coisas que o Arnaldo Antunes cantava.
Esses dias lembrei da música do nada, e me deu vontade de ver/ouvir. E é claro que dessa vez eu entendi bem melhor. É genial.
Ridículos são os comentários no youtube, dizendo que a música é uma baixaria, que o Arnaldo é um depravado e coisas do gênero – não todos os comentários, é claro. Au contraire, mon ami.
Se no fundo o Arnaldo é depravado mesmo, não faço a menor idéia; mas ao escrever a música, a última coisa que ele foi foi ser depravado.
Para esse mundo em que a mulher é vista apenas como um objeto, a crítica e o aviso do compositor e cantor são claros: homens, sejam carinhosos, companheiros, atenciosos. Se é só pra sexo, a mulher se vira muito bem sozinha.
E eu tiro o chapéu pra você, Arnaldo.
Há um tempo atrás, comprei Frida no cestão das Lojas Americanas. Adoro esse filme porque gosto das cores quentes, da história de amor da Frida e do Diego Rivera (igual a do Sartre e da Simone de Beauvoir, e que eu nunca conseguiria ter igual) e, claro, porque sempre gostei da vida da mestra. Quando comprei o dvd, lembrei de uma das vezes em que vi o filme, há uns 4 anos, no Corujão. Era janeiro, férias de verão, e eu estava na praia com a minha prima. Eu insisti pra ela ver comigo até o final, disse que era muito bom e essas coisas de quem é "fã". Ela seguiu meu conselho e viu inteiro. Fiquei feliz. Quando terminou, olhei pra ela e perguntei, ansiosa e sorridente, o que ela tinha achado. Sabe o que ela respondeu? "É legalzinho. Só não entendi por que escolheram uma mocinha com monocelha para ser a protagonista." Ah, ok.